A tecnologia escolhe você... E você?

Nossa vida é feita de escolhas. O tempo todo. Estamos escolhendo entre que roupa usar, o que e como falar com o chefe no trabalho, o que comprar ou não na “Black Friday”. Todo o tempo temos muitas opções sendo oferecidas para nosso prazer, nosso consumo, nosso bem-estar. Sou da época que o relógio andava mais devagar, então tinha mais tempo para fazer escolhas: qual LP comprar, qual livro ler, que fita alugar para assistir no fim de semana, qual revistar pegar na banca de revista.

E o que dizer do cheque? As vezes comprávamos algo e o parcelamento era ali, na hora. Gastávamos vários minutos preenchendo as folhas do talão. E claro, errava uma data, errava um valor, e lá se ia mais um tempo para fazer uma nova... Mas hoje o tempo voa, anda rápido! Vivemos em uma sociedade cada vez mais conectada, na qual a tecnologia vem sacramentando a morte de algumas daquelas antigas coisas: aluguel de fita já foi superado pelo DVD, que foi superado pelo blue-ray, que está sendo atualmente absorvido por soluções de transmissão pela internet, como NetFlix, Telecine On, HBO Go ou Now da Net, e parando por aqui pois a lista não para de crescer.

A maioria das pessoas tem seu próprio celular, muitos deles capazes de fazer centenas de coisas diferentes, pois são celulares “inteligentes” (smart phones) e permitem ser expandidos e ganhar novas funcionalidades através de aplicativos. No lugar do LP temos as músicas em MP3 ou músicas online no Spotify. No lugar dos livros e revistas, Play Banca. E o que falar dos álbuns de fotos? Batíamos retratos em viagens e demorávamos uma semana para ter as imagens reveladas! Hoje é instantâneo. As fotos, milhares delas, dentro do seu celular.

As melhores compartilhadas em busca de curtidas e elogios. Mas não estou falando mal da tecnologia, me entendam. É ela quem permite que eu escreva estas palavras e elas cheguem a vocês em tão pouco tempo. É ela quem provê recursos para sustentar minha família. É ela que me permite falar com parentes que eu levaria anos para encontrar pessoalmente.

Todos estes benefícios: facilidade para tirar fotos, para assistir filmes, para ouvir músicas, para me comunicar com parentes e amigos, todos estes devem me levar a ser uma pessoa melhor! Eu escolho o que fazer com a tecnologia, se será algo prazeroso e promoverá justiça e paz, ou se será um meio para o egoísmo, a mentira, a corrupção, ou o pecado se instalar em minha vida.

A tecnologia que tanto nos conecta, também pode nos afastar do transcendente, do espiritual, do místico. Devemos usá-la para obter mais sabedoria e manutenção da nossa fé: estudos da Palavra, músicas e vídeos de valores humanos, pregações e palestras úteis. Que nesta escolha sejamos agentes e protagonistas da cultura do bem e do reino de Deus ainda neste mundo.

Enfim, ainda veremos muitas novidades tecnológicas surgirem e outras desaparecerem. Por tudo isso, me conforto com a oração final da primeira celebração do advento de cada novo ano litúrgico: quero caminhar entre as coisas que passam, abraçando as que não passam.