Dízimo: expressão de conversão e fé

A verdadeira conversão, aquela que nasce do encontro com Jesus, nos propõe um caminho transformador que gera uma vida nova. Sua adesão tem um ponto de partida, mas, o processo se estende ao longo de uma vida inteira. Para sabermos se estamos no caminho da conversão de fato é preciso
observar se a medida com que nos aproximamos de Deus é a mesma com que nos aproximamos das pessoas, principalmente as mais necessitadas.

Não existe conversão de isolamento. Deus não deseja que você exista para adorá-lo solitariamente. Por isso, Ele nos chama a viver em “comum unidade”. Já ouvi alguns católicos dizerem: “sou católico não praticante...” Ou: “Sou católico, mas gosto de ir à igreja quando ela está vazia...” Essas pessoas não são convertidas. Talvez, convencidas de que precisam fazer algo. A conversão cristã pressupõe, antes do fazer, ser.

A conversão é um processo de aprimoramento e santificação do SER para sua realização e liberdade plena. A felicidade compreendida na perspectiva cristã é a mais completa e perene, pois nos concede viver bem esta e a outra vida. Assim, a vida em comunidade não é uma opção, mas condição fundamental para o desenvolvimento pessoal através do convívio fraterno, seja na participação da santa missa, nos eventos paroquiais, mas, principalmente, na realização da missão da Igreja, que somos todos nós.

É na vida comunitária que Deus revela-se enquanto Criador, Pai, Provedor da vida. É na prática do amor fraterno que se manifestam os dons do Espírito Santo e aprendemos sobre nossa humanidade. Pela fé tocamos as realidades visíveis e invisíveis e nos tornamos promotores da paz no mundo.

A prática de partilhar o que produzimos não é nova. Ela remete aos tempos antigos e é uma prática bíblica. É um exercício legítimo de conversão e fé que nos ensina valiosas lições, tais como: desprendimento, reconhecimento do senhorio de Deus, valorização e redimensão dos bens terrenos, etc. Na esfera comunitária ela realiza a missão de anunciar a Boa Nova, promover o encontro das pessoas com Jesus e transformar a sociedade em que vivemos.

É direito de todo batizado participar ativamente da missão, pois isso lhe garante maior oportunidade de manter-se em conversão. É dever de cada um de nós, a manutenção e os cuidados para com a igreja, para que, através dela, todos tenham um encontro pessoal com o Mestre Jesus.

(Material escrito por Aristides Luís Madureira – Editora: A Partilha – No Calendário do Dizimista).